quarta-feira, 25 de julho de 2007

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Oiço-te falar nas viagens que fizeste pelo mundo, nas suculentas passagens pelos mistérios do corpo humano. Nos beijos que te inundaram o território fértil que te nasce no meio das pernas, nos abraços violentos presenciados pelas cidades mais românticas. Falas no passado como, se a tua vida agora não fosse mais do que um viver de situações, umas atrás das outras e, nada mais para além desse crescente automatismo. Falas e ao falares, levas-me de viagem a um mundo desconhecido de cheiros, imagens, palavras.

É de madrugada que acordo e percebo. Pela maneira como o teu corpo assenta quando dormes a meu lado. Como o teu respirar é tranquilo. Como mesmo inconsciente o teu rosto permanece sorridente, feliz.

É aí que percebo que depois de um passado em viagens inesquecíveis, é no meu coração que está a tua terra.



A tua casa.

4 comentários:

lamia disse...

As madrugadas trazem sempre consigo o orvalho incandescente das paixões em sobressalto. Bonito texto.

oldmirror disse...

Continuo aninhado no cantinho que ocupei, olhando, lendo, gostando, querendo. Normalmente fixaria o olhar e o desejo em Von Teese, aqui, passa despercebida, quase perde brilho.
Oldmirror
sinais-de-fumo.blogspot

Dhyana disse...

Há momentos que duram um segundo e dão-nos certezas que duram uma vida. Ainda bem que sentes isso.
Beijos...

Francesca Lambruscco disse...

Lahmia,

Obrigada pela visita e pelo comentário. Realmente as madrugadas podem trazer um toque especial a um dia desgastado e escuro.

Um Beijo...

Old Mirror,

Fico contente que continues a permanecer aqui. A companhia é sempre um bem precioso. COntinua a aparecer ;)

Beijo.

Dyana,

Neste momento as certezas não pairam dentro de mim nem sequer ao lado, talvez, um dia :)

Beijo